domingo, 7 de outubro de 2012



    Quando tudo parece ruim chega aquela pessoa para lhe dar atenção. E você, que é bobo(a), acaba caindo nas graças do(a) estranha. Se sente envolvido(a) e quente, finalmente querido(a) por alguém mais. Aparentemente completo(a). Ela lhe conta coisas, se aproxima e sem você perceber ela começa a retirar o tapete que está sob seus pés e você cai. Pobre de você que acreditou em tudo o que lhe foi dito, tolo(a) foi você ao ser ingênuo(a) e no final tudo não passou de fantasia.

    Machuca mais saber que esta pessoa parece querer ainda brincar com você. Remexer sentimentos que deveriam ser apenas seus e daquele(a) que lhe completaria de verdade. Mas seu desespero, sua vontade de encontrar aquele alguém, lhe deixa vacilar. Você não acredita em mais nem uma palavra, mas infelizmente cai nas graças de quem não deveria. É um veneno que lhe corroe lentamente. Você reza para que tudo tenha fim e que o veneno não surta mais efeito.

    Mas você sente, sente que tudo está mudando. Agradece. Pois o veneno que são aquelas palavras mentirosas lhe soam como realidade, de que tudo que aquela pessoa que se aproximou de você não queria nada mais nada menos do que brincar com você. E para aquelas pessoas que se comportaram de uma forma e que por um acaso você interpretou ela desta forma. Aquela pessoa que se aproximou de você, lhe fez mau e agora ela volta com novas palavras... Estas, mesmo querendo seu bem agora... Essas pagam pelo passado.

    Pois essa é a sina de quem é romântico. Suas dores são guardadas para sempre e tentar remedia-las passa a ser um árduo trabalho. Tentar reparar um coração partido com novas palavras e promessas vai soar como falsas.

    Aquela pessoa agora mantém a face trincada. Não sei quem é. Não sei sua verdadeira intenção. Parasse que era apenas uma máscara. E esta máscara hoje está trincada, difícil de recupera-la. Retire-a finalmente... Sua face suja revelada... Aqui está o sabão amarelo... Gaste tudo para se lavar e ainda sim não adiantará.
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quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Pedinte



Eu estava ali em pé
Pedinte
Eu estava ali em pé
Pedinte

Pedinte
Ali em pé
Ao lado do carro
Vidro levantado

Sou só um pedinte
Não quero lhe roubar
Sou pedinte
Não porque quero

Pedinte
Por qualquer coisa
Comida é o que quero
Pedinte

Minha face suja lhe assusta
Seu vidro levantado me distancia
Pedinte
É o que sou não o que quero

Vejo as moedas sobrando
Pedinte
Sou eu
E você ainda não me oferece

Desculpe se te incomodo
Pedinte
Não posso
Nada

O sinal ainda vermelho
Vejo sua impaciência
Pedinte
Choro

A vida me fez assim
Pedinte
Simples
Assim

Pedinte
Ao sinal verde
Pneus cantam
E fico aqui

Pedinte.
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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Um tipo


Existe certo tipos de amores que são como ondas. São aqueles que um dia partiram, mas suas lembranças voltam, batem mais uma vez e se vão novamente.
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domingo, 29 de julho de 2012

O caso Breno #05



Sexta-feira, 19h


     Finalmente era chegada a hora. Os convidados começavam a chegar, elegantes, com máscaras de vários tipos. Curiosos, procuravam por detalhes na festa, algo que tinha sido deixado de lado para tentar criticar. Mas tudo estava perfeito. A casa quase inconfundível, com canhões de luz, dançarinos e o som alto. Tudo aparentava estar perfeito, mas algo estava sendo tramado para aquela noite e a cada som do tic tac do relógio este momento se aproximava.

     Caloroso, Breno sempre fora considerado um bom anfitrião. Elegante, com um terno inglês preto, uma gravata slim da mesma cor e uma máscara veneziana, que lhe cobria o rosto por completo, fazia a recepção dos convidados. Procurava dar atenção a todos os convidados. Para ele, todos os grupos falavam coisas superficiais e sempre mantinha um sorriso amarelo no rosto, mas ele sempre fora um bom ator. Breno gostava mesmo de ficar na sua roda costumeira de amigos, pois esta, apesar de muitas vezes falar de coisas banais, sempre tinham momentos filosóficos.

     Esdras já estava na metade da primeira garrava de vinho tinto, sua bebida favorita. Não se podia dizer que o rapaz não estava elegante em seu terno vermelho e sua máscara preta do Fantasma da Ópera. As convidadas o olhavam curiosas, nunca tinham visto aquele rapaz nas festas sociais de Breno, afinal ele tinha acabado de se tornar membro da família. Algumas flertavam com o rapaz, mas nada parecia lhe agradar até que...


     Lá estavam elas, com o tecido fino dos vestidos que lhe recobriam a pele, uma com os cabelos presos delicadamente em tranças, realçando o delicado desenho do rosto; a outra com o cabelo chanel devidamente escovados, lhe trazendo um ar romântico. As mãos deslizavam pelo corrimão delicadamente, os sapatos altos pareciam ecoar a cada vez que encostavam no degrau seguinte das escadas. Tudo parecia estar em câmera lenta naquele momento, os olhos delineados pareciam se fechar demoradamente e os lábios pareciam proferir algo a cada momento que elas procuravam captar mais ar usando a boca. Carissa parecia outra mulher e Monique mais determinada do que nunca.


     Breno ficou sem palavras. Naquele momento seus olhos não conseguiam mais desviar de Carissa. A garota parecia ter lhe lançado um feitiço. Ao chegar ao penúltimo degrau a garota lhe fitou com um olhar delicado e um sorriso discreto. Seus olhos pareciam brilhar mais do que o de costume. Breno não conseguiu se mover. Mais a frente um jovem elegante e cortês se aproximou de Carissa. Estendeu-lhe a mão, a jovem em resposta lhe cumprimentou. Para uma dança ela tinha sido convidada. Breno apenas sentiu seu rosto esquentar, nunca tinha sentido isso antes, que sentimento era aquele. Impaciente foi para em direção a cozinha.


     Por outro lado, Esdras não conseguiu evitar os passos em direção a Monique, que ainda estava no ultimo degrau da escada. Ele se aproximou da jovem com um sorriso sincero. O rapaz finalmente compreendera o que sentia. Seu coração acelerado batia descompassado. Aquilo nunca tinha acontecido com ele, pelo menos não que ele se lembrasse. Sua mão tocou a mão da jovem delicadamente, que ainda estava no corrimão da escada. Sua reação parecia devidamente pensada, parecia não querer passar da linha com a jovem.


- Você... A Srtª está linda. - Ele falou sem graça.


- Nunca lhe vi tão cortês Esdras. - Monique falou rindo para si mesma.


- Acho que entrei na alma do negócio.


- Percebi. Obrigada pelo elogio, você também... - Ela parou por um instante olhando sua vestimenta. - Está apresentável.


- Você não consegue mesmo ser legal comigo não é? Adoro isso em você. - Ele falou acompanhando a jovem que agora cruzava a pista de dança.


- Não lhe escuto, a música está alta.


- Escuta agora? - Esdras falou puxando Monique pela cintura. Ele olhava fixamente em seus olhos. Nariz roçava com nariz. Os hálitos se confundiam. Ele sentiu o corpo da jovem tremer, nervosa. - Dança comigo?


- Eu... Ãah... Tipo. - Antes que pudesse responder algo ela sentiu seu corpo ser guiado. Ela não conseguia comandar mais seu corpo, apenas se deixou levar aos braços de Esdras Evans.


     Na cozinha Ann Jones comandava todos os garçons em rédea curta. Já tinha arrumado briga com o organizador do buffet. Seu gênio forte não permitia que eles se organizassem como queriam ou como era necessário, sua ordem tinha que ser a última. Igor por sua vez ficava sem reação, afinal de contas não se sentia preso àquelas ordens. Naquela noite ele estava responsável apenas em observar se os cômodos que não estavam sendo utilizados para a festa seria violados.


     O anfitrião se aproximou da bancada da cozinha, pousou agressivamente seu copo sobre ele. Seu rosto vermelho, frustrado. Não podia acreditar que tinha deixado alguém pedir primeiro para dançar com Carissa. Respirou fundo.


- Sr. Breno? - Ann se aproximou o patrão.


- Sim.


- O Sr. precisa de algo?


- Cortem a cabeça dele.


- Sr.? - Ann falou assustada.


- Nada, pensei alto. Como está tudo aqui? - Falou mudando o assunto, mas concretizando a cena em sua cabeça.


- Tirando a parte de que o dono do buffet está achando que minha cozinha é dele, está sim.


- Deixe ele trabalhar Ann, sem confusão.


- Eu deixo, contanto que ele me deixe fazer meu trabalho também.


- Sr. Breno, Sr. Thyeri Bione e a Srtª Bianca Rubens chegaram. - Igor falou deixando alguns casacos de convidados no armário.


- Quanto mais rezo... - Ele se adiantou para recebê-los.


     Bianca Rubens era a prima de Breno. Apesar disso, nunca tiveram uma relação tão próxima por causa do temperamento agressivo da garota. Alta, sempre com expressão séria no rosto, não gostava de ser contrariada em algumas ideias. Sempre elegantes, gostava de se manter sempre apresentável. Casada com Thyeri, um rapaz de mesma natureza, sempre faziam questão de marcarem presença nas festas e reuniões familiares.


     Os pais de Bianca e Breno eram concorrentes nos negócios. Ambos tinham empresas de mesma natureza, a concorrência entre ambos sempre fora disputadíssimos e a rivalidade sempre fora algo presente na vivência de ambos. Após a falência dos negócios do pai de Bianca, ele faleceu e deixara tudo para sua única filha. O pai de Breno comprara as ações e todos os prédios empresariais que pertenciam ao pai da jovem. Essa história laçou a vida de ambos.


- Prima! - Falou Breno com os braços bem abertos.


- Breno. - Ela falou rapidamente.


     Ela estava estonteante. Seu vestido vermelho sangue, longo, com uma curta calda. O vestido desenhava suas belas curvas, sua máscara dourada, delicada, com pedras vermelhas lhe dava um ar medieval. Os cabelos negros lhe caiam sobre o ombro, ondulados. Sua presença no ambiente não passava despercebida. Seu marido estava igualmente elegante. Com um terno preto completo e risca de giz. E sua máscara branca casava com seu chapéu branco, lhe dando um ar de gangster. Formavam um belo casal, era inegável.


- Bem vindos! - Falou cumprimentando Thyeri.


- Obrigado.


- Espero que gostem da festa.


- Vamos gostar, pode ter certeza. - Bianca falou com um sorriso de canto de boa.
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terça-feira, 10 de julho de 2012

Paredes


O que é querer falar e não ser ouvido?
Desabafar e ver que na verdade parece não ter ninguém ali.
O que é querer falar e ser compreendido?
Desabafar e querer ser verdadeiramente ouvido?
Quando vejo não tem ninguém.
Ali não tem ninguém.
Mesmo alguém que perguntou,
Mesmo alguém que se dispôs.
Não tem ninguém.
Ninguém pra me ouvir.
Pois bastou apenas um momento
E o querer falar,
Querer desabafar.
Parece que não adiantou,
Não bastou apenas querer,
Pois não tinha ninguém.
Nem aquele que em corpo estava ali,
Mas em espírito não estava.
Mesmo aquele que acreditei,
Não estava.
Me sobram as paredes
E tento falar.
Me sobraram as paredes.
Nem um ouvido.
O que é querer falar e não ter ninguém?
É ter as paredes.
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sábado, 30 de junho de 2012

Novo dia, nova expectativa.



     O sol nasce e trás um novo dia e todo novo dia trás uma nova expectativa, mas mesmo que seja um novo dia, mesmo que tenhamos uma nova expectativa o que se quer é a mesma coisa todo dia: o amor. Amor todo dia é o mesmo, é com aquele ou aquela que queremos compartilhar nossos melhores e até mesmo piores momentos, pois o amor é isso.

     Amor é o carinho que queremos dar ao outro. Amor é a preocupação para com o outro. O amor é isso, uma demonstração, um gesto de carinho, por mais simples que seja. Amor é pegar um copo d’água para quem se ama, é subir três ou mais andares de escada para se declarar, é completa doação. A meu ver pelo menos. Amor é sentir um calor a cada batida do coração, é sentir todo dia um frio na barriga. Isso é a expectativa.

     Mas amor também é sofrer junto, compartilhar tristezas, pois o amor tende a sustentar toda dor e transforma-lo. Amor é dor, pois quem nunca sofreu por amor? O calor que sentimos a cada batida do coração passa a ser frio, causa incomodo e aflição. No momento em que não se está presente o amor é isso, é o vazio que se deixa no outro. Este vazio, seja ele causado pela simples ausência ou causado pelo adeus eterno, é o amor transformado em desespero do que um dia podemos confrontar. A solidão.

     Sem este amor para causar calor no nosso corpo, o novo dia não passa de mais um dia, as novas expectativas não passam de mais uma expectativa, pois nada disso vai ter um objetivo. O novo dia passa a ser opaco, sem foco e nada mais parece ter forma. As expectativas parecem difusas no tempo, nada mais parece certo. Não se vive sem amor, acostuma-se a viver sem, mas seria isso saudável?


     O amor em um momento, o amor em um instante, o amor para com o outro, o amor para com o irmão, o pai, a mãe, seu bicho de estimação, seja qualquer forma de amor, é bom. Mas aquele que faz seu coração acelerar, aquele que causa frio na barriga, calor no coração, esse é pura doação e se faz necessário ser recíproco. Não se deve perder tempo com um amor que não é correspondido.

     Salve aqueles guerreiros que continuam a luta para conquistar estes amores não correspondidos. Amor deve ser mutuo. Amor deve ser compartilhado e dividido. Amor é esquentar o edredom juntos, compartilhar calor, trocar calor. Amor não correspondido não se troca calor, não se tem calor. Basta apenas torcer por aqueles que teimam em amores assim, amores platônicos, seja ele como for.

     Para aqueles amores que são correspondidos, a sorte está ai. Segure-a o mais forte possível. Se for verdadeiro, este é o que vale. Amor correspondido vai ser tudo aquilo que se quer, se almeja. Pois assim vamos ter a felicidade plena. Mesmo que esse amor chegue ao fim algum tempo depois. Não se deve achar que ao final de um amor nunca se achará outro. Se dê uma oportunidade, aproveite o que foi adquirido com a relação e cresça, pois assim estará maduro para a próxima.

      Todo tipo de amor vai ser uma troca de momentos, sentimentos e confiança. É sentir no outro o porto seguro. Sentir que ali é seu lugar. Nada pode mudar esta visão. Será então assim. Amor é tudo, mas pode ser nada. É uma faca de dois gumes que manipulamos da melhor forma possível. É ver em um novo nascer do sol um novo dia, uma nova expectativa.
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terça-feira, 26 de junho de 2012

O caso Breno #04



Sexta-feira, 15h

            Faltavam três horas. Três horas para o início da festa. A verdade seria revelada e as mascaras finalmente iriam cair. Monique tinha acabado de terminar o banho e vestia um roupão. Seu cabelo longo, preto, molhado estava solto e sobre o ombro. Ela tinha escolhido um vestido lilás tomara que caia que chegava até os joelhos. E apostara em uma máscara lilás com pequenas correntes com pedras da mesma cor pendendo na lateral do adereço. Carissa secava seus cabelos chanel negros e tinha escolhido um vestido tomara que caia rosa, que também chegava ao joelho e um laço preto que marcava abaixo do busto. Sua máscara era rendada, com delicados desenhos de rosas negras. As duas se preparavam para a festa.

            A casa decorada não podia dispensar a presença de Esdras percorrendo os corredores. Sua mania de pregar peças era conhecida por todos, mas aquele dia ele estava diferente, não brincara com nem uma das meninas, não estava atrapalhara em nem um momento os funcionários e muito menos discutira a herança com Breno. Monique escutara um barulho vindo dos corredores, sutil.

- O que foi isso?

- Isso o que? – Carissa perguntou em resposta, desligando o secador.

- Ouvi alguma coisa no corredor.

- Deve ser algum dos meninos ou os funcionários. – Falou ligando novamente o secador.

- Se brincar deve ser aquele esculhambado do Esdras. Volto já.

Monique abriu lentamente a porta, ela podia escutar ruídos no final do corredor. Saiu do quarto, fechou a porta lentamente. Olhou para os dois lados e decidiu seguir a direção para as escadas. Cautelosa ela andou nas pontas dos pés, o silencio se fez. Na curva para o acesso a escada principal... Nada. Um estalido na direção contrária. Seu coração acelerou.

A cena parecia ter saído de um filme de terror. O corredor parecia se alongar a medida que Monique andava em direção que o som tinha se propagado. No corredor tinha quatro quartos. O primeiro a esquerda era o dela e o quarto ao lado era onde Esdras estava. Os quartos a direita estavam em reforma. Ao final uma porta, uma porta que Monique desconhecia o que tinha atrás. Seus passos lentos. Agora ela já tinha passado do seu quarto, estava a frente do segundo. Cada vez mais perto.

Naquele momento a jovem não escutava mais nada, apenas o seu coração. As batidas mais aceleradas, a madeira sobre seus pés rangendo a cada passo dado. Passara do segundo quarto. Agora mais perto da porta. Um cheiro estanho estava no ar, algo nada parecido com o que já tinha sentido antes. Seu coração parecia chegar a boca. O mundo a sua volta no mute. Monique estendeu a mão, trêmula.

Como todo filme, uma parada dramática. Ao segurar a maçaneta fria sua cabeça virou, olhando para trás. Ninguém estava atrás da jovem. Completamente sozinha. Sua atenção novamente voltada para a porta. Respiração agora ofegante. Um novo estalido. Seus olhos se arregalaram e por um momento retrocedeu. Tomou ar e coragem e novamente segurou a maçaneta. Virando lentamente.

- A curiosidade matou a gatinha que você é.

- AAAAAH!! – Monique virou em um sobressalto, sem ter tempo de ter aberto a porta.

- Que susto Docinho. – Esdras saiu da porta do quarto e foi até Monique, sinceramente preocupado com a garota.

- Seu canalha pervertido dos infernos, que a terra se abra e engula você. – Ela falou passando rapidamente por ele. – Que susto!

- Desculpa Gracinha, não foi minha intensão. Mesmo. – O rapaz a segurou pelo braço.

            Naquele momento Monique pode ver a situação de Esdras. Estava apenas com a toalha na cintura. Ainda com os cabelos castanhos molhados, seus olhos negros a fitavam profundamente e ainda sim com carinho e preocupação. As gotas que escorriam por sua face caiam sobre seu corpo liso, desenhado.

- Certo. – Ela falou se recompondo. – Desculpe, me assustei.

- Percebi. Me desculpe, não tive intensão. Você tá se sentindo bem? – Ele falou tirando um fio de cabelo dela do seu rosto.

- Foi o susto.

- É, notei.

- Acho que... Devo ir pro meu quarto. – Ela falou olhando para os lábios do rapaz.

- Fica bem tá? – Ele acariciava o rosto da jovem.

- É.

- Sim. – Ele falou se aproximando dos lábios de Monique. Ele podia sentir a respiração ofegante e o corpo trêmulo da jovem.

- Sim. – Rapidamente a jovem se desvencilhou e virou o rosto. – Não.

- Por que ainda resiste?

- Você é muito convencido sabia?

- Você é linda. – A garota o fitou. – Até mais tarde então.

            A jovem entrou no quarto e bateu a porta atrás dela. Respirando fundo. Não podia estar acreditando, aquele garoto não podia estar lhe conquistando. Ela balançou a cabeça. Tentou esquecer aqueles pensamentos. Se recompôs.

- Você está bem? – Carissa falou saindo do banheiro.

- Eu? Estou ótima. – Falou a garota lançando os cabelos para trás andando com autoridade até o banheiro para secar os cabelos.

- Pelo visto encontrou com o Esdras.

- Não fale o nome daquele sujeito.

- Não sei por que você ainda nega que gosta dele.

- Carissa, amiga, eu vou lhe dar uma orientação: dentro deste quarto não se fala e não se pensa em Esdras Evans.

- Mas...

- Nem mais, nem menos mais. Estamos entendidas? – Monique falou apontando o secador para a amiga.

- Nem mais, nem meio mais. – Carissa levantou as mãos, simulando um assalto. – Mas e então, descobriu o que era o barulho? – Voltando a atenção para a maquiagem.

- Não, mas vinha do final do corredor. Você sabe o que tem atrás da porta do final do corredor?

- Não.

- Bom, também não sei, mas que o barulho veio de lá, aah isso veio.
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Marcação

 

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