quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O caso Breno #01


Sexta-feira, 8h.

            Apesar de ter virado a noite em festas de celebridades Breno Ribeiro ainda não conseguia dormir, algo o perturbava e ele não sabia o que. Sua vida estava muito bem obrigado. Tinha acabado de ser promovido, tinha uma grande mansão com piscina e vários quartos, carros de luxo e empregados para lhe servir. Tinha as mulheres que queria, quando queria. E não podia reclamar de seus amigos, pelo menos os poucos que acreditava serem verdadeiros.

Essa era a parte mais triste de sua vida. Sempre lhe vinha à mente de que todos próximos só queriam seu dinheiro. Na sua mente eram todos falsos, mascarados. Cada um possuía uma máscara que ele tentava cuidadosamente retirá-las. Não podia lhe faltar a família, essa sim ele tinha sérios problemas. Seus pais foram assassinados quando criança, resultando na fortuna em seu nome.

De família lhe restaram alguns primos e um meio irmão que aparecera há pouco tempo. Esse sim tirava a paciência de Breno. Esdras Evans era filho de uma moça que não convêm informar. Ele descobrira o endereço do seu falecido pai e decidira lutar para conseguir parte do que lhe era de direito na fortuna, isso rendia várias noites de discussão entre os dois.

Tirando estes infortúnios, a vida de Breno era agradável. Aquela manhã ele tinha que executar o que planejara. Uma festa. Um baile de máscaras para ser mais específico. Seria uma noite memorável, com grandes decorações, arranjos, luzes, muita comida e bebida. O plano era trazer o irreal a mansão. Personagens do circo iriam estar espalhados pela casa, todos mascarados. Palhaços, mágicos, contorcionistas, malabaristas e tudo o que tinha direito.

Mas teria algo por trás daquilo tudo. Algo que ninguém esperaria, nem mesmo o Breno Ribeiro, pois o destino estava marcado para todos os convidados. Algo estava sendo tramado por detrás das máscaras e aquela noite seria a noite em que as máscaras iriam cair completamente.

            Breno se levantou a contragosto, suas pálpebras ainda pesadas, seus músculos ainda doloridos. Jogou um pouco de água no rosto e se fitou no espelho. Com certeza estava acabado, precisava urgente de uma boa dormida para tentar diminuir as olheiras.

Sexta-feira, 08h30min

            As batidas na porta lhe pareciam marteladas nas suas têmporas. A dor de cabeça era grande e, com certeza, Breno torcia para não ser Esdras querendo discutir mais acordos para a divisão da herança.

- Sr. Breno, com certeza chegar a esta hora não faz bem para o senhor, afinal o Sr. precisa preparar a festa.

            Ann Jones era a governanta da mansão do rapaz e tentava orientá-lo para tomar as melhores decisões, apesar de deixá-lo livre para escolher o que lhe convinha. Presente todo o tempo, ela morava em um dos quartos de hospede da mansão. Ela era uma das poucas funcionarias da mansão. Era a responsável pelo monitoramento da limpeza, da cozinha, da jardinagem e de tudo relacionado à casa.

            Ela não acreditava na capacidade de outros funcionários para administrar a mansão, por isso, semanalmente algumas diaristas eram contratadas para realizar as tarefas da casa, mas com sua supervisão. O único que lhe auxiliava com todos os afazeres era Igor Souto, o mordomo de Breno e primo de Ann. Este vivia no quarto de empregados da mansão e pouco falava, apenas quando a palavra lhe era dirigida. Isso fazia com que fosse criado um perfil de um indivíduo de caráter duvidoso.

- Já falei que não precisa me chamar de senhor. – Breno falou quase balbuciando.

- E se quer saber? Ainda acho que essa festa é desnecessária. – Ela falou fingindo não ouvi-lo.

- É você já me disse. – O rapaz deitou-se novamente.

- Vou suspender seu café da manhã.

- Obrigado.

            Ann seguiu pelos corredores da casa. Seus saltos pretos ecoavam por todo o ambiente, um andar de autoridade, gostava de impor sua presença. Desceu as escadarias do saguão principal e se dirigiu à cozinha. Lá Igor terminava de organizar uma bandeja com um rico café da manhã para o patrão.

- Suspender o café. – Ann falou pegando a torrada quente da bandeja e colocando na boca.

- Sabia.

- Esse rapaz vai estragar nossos planos. – A governanta sentou-se na mesa da cozinha abrindo o jornal que estava ali.

- E agora? – O mordomo falou desfazendo a bandeja.

- Agora é aguardar, ou... – Seu raciocínio foi interrompido pela campainha.

                É intrigante quando um raciocínio, ou um simples pensamento pode ser interrompido por algum ruído indesejado. As vezes não se consegue mais concluir tal pensamento e ficamos frustrados. Mas no caso de Ann o pensamento continuou ali, intacto. Algo ela planejara.

6 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Esdras como meio irmão de Breno foi massa!!!
    E eu e tu como funcionários da casa... rsrs
    Tá muitooo massa!!!

    Beijos

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  2. Eu sempre soube que a governanta e o mordomo tem culpa no cartório! rsrsrs E adorei o fato do Esdras ser irmão de Breno! rsrs Quero mais! o/

    Beijos =)

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  3. Já tá tirando conclusões logo no primeiro capítulo Monique? kkkkkkkkkkk
    ;*

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  4. HAHAHAHAHA Sempre desconfie do mordomo! E da governanta (?)
    Isso tá ficando interessante, quero mais. :)

    Bjs

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  5. Sabia que a governante e o mordomo tinham culpa no cartório. Vocês dois tinham que ser perigosos. Kkkkkkkkkkkkkkkk

    Amei Esdras como o irmão. Kkkkkkkkkkkkk

    Quero mais.

    Bjs!!

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  6. Igor, tá muito bom!!! Quero logo essa continuação.

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