quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Acabaram as estações


Onde estão as cores fortes da primavera?
Onde está o calor do verão?
Extinguiram-se com o tempo.
E eu achando que estariam sempre ali.

Onde estão as folhas secas do outono?
Onde está o vento gélido do inverno?
Extinguiram-se com o tempo.
E eu achando que mesmo assim estariam ali.

As estações se perderam.
A fantasia criada pela palavra se perdeu.
As metáforas da vida não fazem mais sentido.
Letras em uma caixa, jogadas.

Nada parece ser coerente.
Não importa o quanto me falam.
Sou agora as palavras dentro da caixa.
As estações que se extinguiram.

Quando as cores das flores da primavera farão sentido?
Quando o calor do verão aquecerá meu corpo?
Assim como o amor,
Tudo parece não haver sentido.

As folhas secas dos tempos difíceis.
Mesmo estas, eu as quero de volta.
O vento cortante do inverno.
Quero tudo novamente.

O amor que desacredito.
Palavras dentro desta caixa.
Não completam as frases ideais.
Toda a palavra escrita agora nada me diz.

Vejo palavras desconexas.
Frases errantes.
Como as estações.
O meio faz o homem.

Tudo parece se influenciar.
As estações perderam seu propósito.
E as palavras, em resposta,
Perderam seu significado.

Quando voltam as estações?
Quando as palavras desconexas
Voltarão a fazer sentido?
No meu mundo sem estações.

Acabaram as estações.
Acabaram as palavras.
Nada parece me restar.
Sou um corpo vazio.

Acabaram as estações.
Acabaram as palavras.
Minha alma perdida no nada.
Assim como as palavras perdidas nas estações errantes.

Onde minha alma vaga.
Por estações errantes.
Sobre um tapete de palavras sem sentido.
Sou.

Sou o que?
Quem sou?
Palavras.
Estações.

Minhas palavras não fazem mais sentido.
Só queria que minhas estações voltassem.
Que minhas palavras voltassem a fazer sentido.
Eu.

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