Hoje
eu acordei cedo. Estava claro, quente. A poeira despesa no ar caia lentamente.
Aqueles fragmentos de poeiras pareciam dançar no ar, uma coreografia que eu não
saberia nunca aprender. Cada fragmento, todos em harmonia. E eu ainda deitado não
conseguia tirar os olhos daqueles fragmentos de poeira.
Poeira.
O significado parece trazer um sentido de nada, incompetência, ou simples
desperdício de tempo. Me faltam palavras para definir estes fragmentos, mas
mesmo assim algo parecem me dizer. Para os outros a poeira não contribui, mas
para mim elas parecem trazer algum significado. O que é? Me pergunto.
Minha
mão se estica e tenta prender os fragmentos de poeira, mas elas se esvaem. Tudo
não parece mais fazer sentido. O mundo vem da poeira, somos pó. Pó em essência
e matéria comprovada. Agora me pergunto por que é desperdício de tempo olhar ou
apreciar a poeira. Seu balé magnífico ao ar, me fazem segui-lo.
As
palavras que escrevo agora, não parecem ter sentido. Parecem com esses
fragmentos de poeira, soltos. Mas todas as letras que compõem este texto vão
acompanhar um ritmo que nem todos vão perceber, vão formar uma coreografia e
vão dançar. Um balé de letras, que formam palavras e contam histórias secretas
apenas para aqueles que param para notar, até mesmo, os fragmentos de poeira.
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