quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Fragmento de poeira



            Hoje eu acordei cedo. Estava claro, quente. A poeira despesa no ar caia lentamente. Aqueles fragmentos de poeiras pareciam dançar no ar, uma coreografia que eu não saberia nunca aprender. Cada fragmento, todos em harmonia. E eu ainda deitado não conseguia tirar os olhos daqueles fragmentos de poeira.

            Poeira. O significado parece trazer um sentido de nada, incompetência, ou simples desperdício de tempo. Me faltam palavras para definir estes fragmentos, mas mesmo assim algo parecem me dizer. Para os outros a poeira não contribui, mas para mim elas parecem trazer algum significado. O que é? Me pergunto.

            Minha mão se estica e tenta prender os fragmentos de poeira, mas elas se esvaem. Tudo não parece mais fazer sentido. O mundo vem da poeira, somos pó. Pó em essência e matéria comprovada. Agora me pergunto por que é desperdício de tempo olhar ou apreciar a poeira. Seu balé magnífico ao ar, me fazem segui-lo.

            As palavras que escrevo agora, não parecem ter sentido. Parecem com esses fragmentos de poeira, soltos. Mas todas as letras que compõem este texto vão acompanhar um ritmo que nem todos vão perceber, vão formar uma coreografia e vão dançar. Um balé de letras, que formam palavras e contam histórias secretas apenas para aqueles que param para notar, até mesmo, os fragmentos de poeira.

0 comentários:

Postar um comentário

Marcação

 

Rascunhos Copyright © 2011 | Template design by O Pregador | Powered by Blogger Templates